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sábado, 12 de maio de 2012

Mais Pingo Doce e o 1º de Maio

Curioso que continuam a surgir nos meios de comunicação repercussões da campanha, mais pelo lado dos problemas do que pelo sucesso. Já agora, poderemos pensar em sucesso da campanha?
Depois de ter escrito algumas linhas sobre a questão do Pingo Doce e as formas como se escreve sobre o assunto, deparei-me com um pequeno artigo no Página 1, uma publicação disponível online, do Grupo R/Com. Na página 5 da edição de 10 de Maio, uma nova chamada para as declarações de Soares dos Santos sobre a não repetição da campanha do 1º de Maio.
Sendo normal e habitual perspectivas diferentes dos vários media sobre o mesmo assunto, este começa por citar Soares dos Santos que dizia "Um país que está em crise tem de trabalhar" respondendo aos críticos da acção no feriado do dia do trabalhador. Era habitual fecharem nesse dia.
Soares dos Santos chega a referir que as vendas brutas desse dia ascenderam aos 43 milhões de euros, sendo que em termos líquidos "deve ter ficado entre os 25 e os 27 milhões de euros". Sublinha que "ter prejuízo é praticamente impossível e ter lucro também é difícil". O artigo termina com a revelação do presidente do grupo dizendo que o Pingo Doce "não vai repetir este tipo de campanha: isto não pode ser, é muito caro".

Vejamos então dois lados da questão: o lado comunicacional do artigo e o que será muito caro para o Pingo Doce.

Em primeiro lugar, relativamente ao artigo, nota-se uma vertente mais positiva, voltada para o trabalho e a justificação da abertura num dia em que habitualmente encerram. Mais concreto na indicação do resultado comercial, até na explicação da balança prejuízo/lucro. Enquadra-se aqui a perspectiva editorial, claro.
Em segundo lugar, a declaração de Soares dos Santos, afirmando que uma campanha como esta é muito cara. Ora, mesmo sem chegar ao cerne da declaração do presidente da Jerónimo Martins, continuo a achar que os custos de uma acção deste género e com os resultados que todos viram, são bem maiores e mais extensos que os financeiros ou operacionais. Os custos vão também directos à imagem e reputação da cadeia Pingo Doce, de uma forma ou de outra, é claro que há prejuízo nesse sentido. Até que ponto? É o que veremos nos próximos tempos. Na minha opinião, o caro que sai à empresa é na sua maioria em intangíveis, em aspectos mais subjectivos. Afecta o posicionamento da marca, a sua reputação, os valores defendidos, a forma de proceder.

Outro dos aspectos que tenho ouvido muito pouco e nada mesmo, um pouco diferente dos referidos, é a dimensão interna. Como é que os colaboradores das lojas viveram aquele dia? Quais são as consequências? Não ficaram indiferentes com certeza, e até que ponto a sua percepção de tudo aquilo não foi mais negativa do que positiva? Em última instância, qual o verdadeiro impacto, tanto a nível interno como externo, da campanha do 1º de Maio?

Fico curioso da forma como vão resolver, o makeup, as afinações que terão de fazer, mas principalmente curioso sobre o funcionamento das próximas campanhas de "vendas agressivas", expressão usada também pelos mesmos.

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