A falta de diálogo numa estrutura cria ruído, causa entropia, promove até a cacofonia, mas no fundo, cria instabilidade e destrói a solidez necessária numa rede que deve ser apertada e segura, ou pelo menos transmitir segurança.
Em todas as situações de crise temos sempre que procurar o lado ou os pontos positivos. Nesta situação da UE, um dos pontos é sem dúvida de mostrar exactamente aquilo que não deve ser feito, nunca.
Estas constantes crises dentro de crises revelam-se como excelentes exemplos e como objecto de estudo para as lideranças empresariais e organizacionais, especialmente do que não devem fazer, de como não devem actuar.
Apesar de uma chuva de críticas ao longo dos últimos tempos - embora não sejam apenas questões recentes - as liderenças europeias insistem em tentar resolver problemas sem ter em conta como se pode chegar a um entendimento. Logo de início, numa tentativa de acordo ou entendimento, se começamos logo por impor condições não estamos propriamente à procura de um real entendimento. Claro
Questões quase óbvias para o comum mortal, situações que começam mal têm de acabar mal. Ao passarmos os olhos pela imprensa verificamos afirmações como a de António Mexia, CEO da EDP dizendo que os «líderes europeus escolhem sempre a solução errada»; ou a opinião com peso significativo de Jean Claude Juncker apontando que «a imagem da Zona Euro no exterior é desastrosa porque não estamos a dar um bom exemplo de liderança», falando sobre as tentativas infrutíferas de resolução da crise grega. Exemplos de recuos desajustados e com péssimo timing como a suspensão das negociações a meio do processo, provocando ondas de choque que acabam por aumentar o problema, ou a falta de controlo sobre questões comunicacionais como os editoriais do day after na comunicação social inglesa, como é o caso do Guardian. Podemos ainda acrescentar presságios e sermões catastróficos de Nouriel Roubini, ou outros tantos avisos mais ou menos radicais.
Na minha opinião, as ilações que podem ser tiradas da gestão (ou falta dela) da crise por parte das lideranças europeias, demonstram como liderar não é apenas tomar decisões, sem ter noção dos impactes dessas mesmas. Sejam corretas ou erradas, qualquer passo de uma liderança influenciará sempre todas a sua envolvente, todas as partes interessadas (usando termos da Sustentabilidade). Lideranças colaborativas ou que têm de funcionar em conjunto devem perceber quais os objectivos comuns e não apenas os seus próprios. Imaginem dentro de uma empresa, os vários departamentos s estarem apenas preocupados com os seus problemas e não agirem no sentido do bem comum, o da organização.
Como conclusão, o simples facto de se chamar União Europeia é por si só um paradoxo.
Orex SM
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