Mais um excelente artigo de opinião de Miguel Setas, lido no Económico online intitulado "Em busca da Estratégia Perdida", desta vez focado no planeamento estratégico.
Sublinha a noção de dois grandes empresários brasileiros que basicamente
recusam o planeamento estratégico actualmente, afirmando que «"são uma
forma de destruir valor" nas empresas e que têm um papel essencialmente
"motivacional"». O autor não concorda com esta noção, nem eu, já
que não ter estratégia é praticamente como navegar à deriva, e nem preciso de
ser fundamentalista. Por outro lado, aceita com o facto de termos de evoluir em
relação aos processos de gestão e estratégia do século passado, especialmente
na forma cega de confiar e seguir esses mesmos processos.
Relativamente aos novos caminhos a serem trilhados, Setas aponta para um
caminho que, na minha opinião, vai ao encontro da temática da Sustentabilidade,
nomeadamente no campo social, ou seja focado nas pessoas. Miguel Setas sugere
que «Agora, nestes tempos de incerteza, o que parece ser o caminho unânime é
o aproveitamento da "sabedoria coletiva", através do chamado
"crowdsourcing". Por conseguinte, os novos processos de formulação
estratégica são coletivos e abertos à participação de múltiplos stakeholders,
tanto internos como externos, em vez de funcionarem apenas no circuito fechado
dos Conselhos de Administração e das firmas de consultoria.»
Para mim a estratégia é essencial, e se for trabalhada junto dos
stakeholders, especialmente com a participação dos colaboradores, não só se
integra transversalmente toda a organização na busca de interesses comuns, como
também consegue-se motivar e estimular toda a equipa.
O futuro está sem dúvida no foco, mas também no
equilíbrio, dos 3 pilares da sustentabilidade: o económico, social e ambiental.
Mas se nas últimas décadas o foco tem estado entre a dimensão económica e a
ambiental, estando o desenvolvimento desta temática concentrado na mitigação,
em conceitos como a pegada ecológica, tem se descurado a dimensão social,
esquecendo de certa forma as pessoas. Desta forma é necessário reforçar o
desenvolvimento da dimensão social, o foco nas pessoas, interna e externamente
às organizações, a devida atenção às comunidades, às parcerias e sinergias, aos
stakeholders como participantes envolvidos e não apenas como espectadores.
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