Já há muitos meses tinha escrito uma versão diferente desta Teoria das fraldas borradas, o que depois de reler, resolvi fazer algumas modificações, ou melhor: escrever de outra forma, noutro sentido.
Questão simples: porque é que se mudam fraldas borradas?
Porque simplesmente cheiram mal e tem de ser ou porque a criança, por
variadíssimas razões, incluindo higiénicas, não deve andar borrada demasiado
tempo?
Em termos práticos, transpondo para o mundo económico e
empresarial, a sustentabilidade deve ser trabalhada apenas por se tratar de uma
oportunidade em termos de marketing e comunicação ou será uma questão mais
abrangente e multifacetada?
Repare, tal como numa criança de fralda borrada, também um
negócio ou uma organização tem várias necessidades para as quais existem várias
soluções. Todas resolvem alguma coisa, mas apenas algumas são as mais eficazes,
nem sempre as mais imediatas.
Para além da preparação que é fundamental, em termos das
ferramentas e material necessário, e treino a mais é contraproducente, não vale
a pena estar literalmente preparado para todas as eventualidades. Ou seja, não
vale a pena andar com uma mochila com 2 quilos de fraldas, 3 marcas diferentes
de toalhetes, 4 mudas de roupa, entre outras coisas, quando vamos até ao fim da
rua beber um café. Facilmente perdemos demasiado tempo com preparações inúteis,
ocupamos a nossa cabeça com questões fúteis e a eficácia perde-se quase
totalmente pelo caminho. Por exemplo, no caso das fraldas, e falo por
experiência própria, a mala ou mochila pode estar sempre pronta com o essencial
para enfrentar as dificuldades principais: a eventualidade de mudar fraldas
borradas!
Partindo assim de um exemplo que nada tem haver, o ponto onde
quero chegar é que em termos de Sustentabilidade, a maioria das organizações
promove acções pecando por excesso ou por defeito. Habitualmente por defeito.
Quando pensamos na implementação da Sustentabilidade, estaremos a falar de
políticas, de estratégias ou simplesmente acções pontuais. Estão todas
relacionadas mas não são todas a mesma coisa. Isto nem sempre é claro. Voltando
às fraldas, para que serve uma mala com todo o material topo de gama e sem
saber o que fazer com ele? Mudar uma fralda e limpar com papel higiénico e
colocar um pano enrolado, resolve até certo ponto, mas será eficaz e por quanto
tempo? Pedir emprestado, comprar na hora? Tudo isso resolve alguma coisa de
alguma forma, mas será uma boa estratégia?
Assim a Sustentabilidade deve ser pensada e planeada
de forma adequada, começando por “O que é que precisamos fazer?” e não por “O
que é que vamos fazer?”. Com este tipo de pergunta inicial chegamos facilmente
ao tipo de ferramentas ou know-how necessário para atingir os nossos
objectivos, conseguindo no processo identificar quais as formas de abordar e
implementar a Sustentabilidade que façam sentido para o nosso modelo de
negócio.
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