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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Em parte, um manifesto


A crise está perfeitamente instalada e nem sequer pediu licença para entrar. Em tempos difíceis, mas aplicável a qualquer situação momento, a melhor forma de sair é procurarmos a portas abertas e não as fechadas. Ou seja, para sairmos da crise temos de procurar as soluções e não ficarmos obcecados pelos problemas.
Obviamente que tratando-se da actual crise e olhando para o estado do nosso país, posso e devo apenas generalizar, porque é difícil e pouco justo falar de cada caso específico em tão poucas linhas.
Lendo os jornais, os noticiários das televisões, as reportagens na rádio, e toda a imensidão de material que pulula a internet, verificamos que a contestação social está a aumentar, a população começa a protestar, a fazer ouvir a sua voz. Sem dúvida que boa parte desta situação é altamente positiva, um sinal de uma democracia saudável, uma população que não está estagnada e adormecida mas bem informada e activa. Tudo isto é bom, mas tudo isto é fado.
Fado, uma forma de cantar singular, portuguesa de gema, mas em certos pontos de vista talvez um certo lamento, um certo manto negro sobre algo, uma lamentação, independentemente do conteúdo (uma definição demasiado afunilada, apenas como argumentação). E esse fado, essa lamentação é o que tenho visto mais por aí, pelo país fora, em toda a comunicação social. Vejo muitas pessoas a lamentarem-se por isto ou por aquilo mas poucas a fazerem alguma coisa por isso. Vejo centenas e milhares de pessoas empunhando cartazes, a marcharem ruas fora, mas muito poucas a demonstrarem vontade de fazerem algo para mudarem o estado das coisas. Vejo centenas de comentários sobre como as coisas estão, mas muito poucos sobre como as coisas deveriam estar.
O foco está quase a 100% no problema, deixando pouca margem para solução.
A questão não está no “se formos fazer” mas no “como vamos fazer”. Já não se tratar de boas intenções, mas efectivamente da criação de valor, e esse valor não está circunscrito apenas aos negócios e ao meio empresarial. A criação de valor está em primeiro lugar ao nível individual, ao nível pessoal, de cada um de nós. Não se trata de positivismo mas de força vontade.
Não pretendo criticar mas fazer sim uma avaliação crítica da situação e, tentando ir mais longe ainda, procurar e identificar soluções, evitando a simples concentração nos problemas. Vamos continuar a comentar ou começar a fazer alguma coisa por isto?
Claro que há casos, e provavelmente muitos, de pessoas ou grupos de pessoas que não podem ou não conseguem fazer alguma coisa por isso, mas com certeza absoluta que alguém ao lado pode. Não se trata de voluntariado ou caridade, mas empowerment. Preferem esperar que alguém faça algo por vocês ou vão já tratar do assunto? Estão à espera que alguém vos dê algum poder de decisão ou vão procurar ferramentas para lá chegarem? Deixar que os outros decidam e façam por nós levou-nos ao estado actual em que vivemos, será que é isso que queremos?
Mais do que dizer neste preciso momento o que A ou B pode ou deve fazer, o que a vizinha do C ou o primo do D querem, porque não começar exactamente pela forma de pensar, pela nossa postura, a nossa abordagem aos problemas? Trocar a palavra pela acção, a indignação pela reacção, a estagnação pela revolução, o protestar pelo trabalhar, são apenas alguns exemplos. Nada disto impede nem retira qualquer direito à indignação, liberdade de expressão ou manifestação, mas pretende uma visão mais pró-activa, mais positiva, mais produtiva.
Tal como uma famosa expressão de John Kennedy: “Não perguntes o que o país pode fazer por ti, mas o que podes fazer pelo país.” Porque não, já experimentaram?

Bruno Slewinski
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